terça-feira, 14 de outubro de 2014

PRINCIPAIS TEORIAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO

Construtivismo:

Paralelamente à inovação tecnológica, grandes pensadores e educadores perceberam que a escola tradicional também necessitava de inovação já que essa se baseava exclusivamente na transmissão do conhecimento pelo professor ao aluno, que o recebia passivamente.
Surgiu então uma nova corrente teórica denominada Construtivismo – onde o desenvolvimento da inteligência é determinado por ações mútuas entre o indivíduo e o meio de modo dinâmico, lúdico, crítico e individualizado. Jean Piaget, Lev Vygotsky, Howard Gardner, Paulo Freire, Emília Ferreiro, entre outros, são importantes idealizadores dessa corrente.
O professor deixa de ser um transmissor para se tornar um mediador do conhecimento que estimula a procura, a descoberta, a assimilação e a acomodação do conhecimento. Este utilizasse de esquemas mentais preexistentes do aluno em relação ao mundo exterior.
A educação deve respeitar as fases de desenvolvimento da criança que ocorre em velocidades e faixas etárias diferentes. O educando é visto de modo único pelo educador que na construção do conhecimento desenvolve suas potencialidades através de um ensino aprendizagem mais significativo.

Teorias de Aprendizagem Cooperativa:

“Cooperar é atuar junto, de forma coordenada, no trabalho ou nas relações sociais para atingir metas comuns. As pessoas cooperam pelo prazer de repartir atividades ou para obter benefícios mútuos” (ARGYLE, Michael apud CAMPOS, SANTORO, et al., 2003, p. 25).

A aprendizagem cooperativa é uma proposta pedagógica onde estudantes ajudam-se no processo de ensino-aprendizado, atuando como parceiros entre si e o educador, com o objetivo de aprender. (Ibidem, p.26)
As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nas ações de ensinar e aprender iniciando pelo reconhecimento da evolução cognitiva do indivíduo e explicam a relação entre o conhecimento preexistente e o novo conhecimento e envolve identificação pessoal e interação com outros indivíduos. (CAMPOS, SANTORO, et al., 2003, p. 66).

A Tabela abaixo demonstra algumas teorias de aprendizagem colaborativa.

Teorias de aprendizagem
Resumo das características
Relação com cooperação
Epistemologia genética de Piaget
Ponto central: estrutura cognitiva do sujeito;
Níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo;
Desenvolvimento facilitado pela oferta de atividades e situações desafiadoras
A interação social e a troca entre indivíduos funcionam como estímulo ao processo de aquisição de conhecimento
Teoria construtivista de Bruner
O aprendiz é participante ativo no processo de aquisição de conhecimento;
Instrução relacionada a contextos e experiências pessoais; Determinação de sequências efetivas de apresentação de material didático.
Teoria contemporânea: criar comunidades de aprendizagem mais próximas da prática colaborativa do mundo real
Teoria sociocultural de Vygotsky
O desenvolvimento cognitivo é limitado a um determinado potencial para cada intervalo de idade (zona de desenvolvimento proximal)
O desenvolvimento cognitivo completo requer interação social
Aprendizagem baseada em problemas
A aprendizagem inicia-se com um problema a ser resolvido (âncora ou foco);
É centrada no aprendiz e contextualizada.
Os problemas provêm contextos sociais e culturais em que se desenvolvem soluções em cooperação
Cognição distribuída
Interação entre indivíduo, ambiente e artefatos culturais.
Ensinamento recíproco.
Importante papel da tecnologia
O conhecimento é compartilhado e distribuído, sendo necessária a interação.
Cognição situada
A aprendizagem ocorre em função da atividade, da cultura e do contexto e ambiente social em que está inserida.
Interação e colaboração são componentes críticos para a
Aprendizagem
(comunidade de prática)

Percebe-se pela análise da Tabela que a aprendizagem colaborativa se baseia na
interação social e, portanto, na comunicação entre o indivíduo e o meio.

Piaget e a Epistemologia Genética:

Piaget estudou a epistemologia genética, ou teoria do desenvolvimento natural da criança.
Como biólogo Piaget categorizou o desenvolvimento do pensamento em quatro estágios desde o nascimento até a adolescência do indivíduo, quando a capacidade total de raciocínio é adquirida. Segundo o autor a transmissão de conhecimentos do professor para a criança é limitada, pois depende da fase em que a criança se encontra, de seus conteúdos adquiridos e de seu interesse. Para o autor, o conhecimento é construído através de descobertas mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.

Vygotsky e a teoria sociocultural:

Segundo (REGO, 1995), Vygotsky atribui uma grande importância ao papel da interação social no desenvolvimento do ser humano. Para ele a maturação biológica vem em segundo plano no desenvolvimento da complexidade do comportamento humano, já que essas dependem da interação do sujeito com o meio social.
O desenvolvimento está relacionado ao contexto sócio-cultural em que o sujeito insere-se de forma dinâmica. Explicando o processo de desenvolvimento psicológico Vygotsky afirma:

“Podem-se distinguir, dentro de um processo geral de desenvolvimento,
duas linhas qualitativamente diferentes de desenvolvimento, diferindo
quanto a sua origem: de um lado, os processos elementares, que são de
origem biológica; de outro, as funções psicológicas superiores, de origem
sócio-cultural. A história do comportamento da criança nasce do
entrelaçamento dessas duas linhas.” (VYGOTSKY,1988,p.52). 

Para Rego (1995), na perspectiva Vygotskiana, o desenvolvimento das funções intelectuais é mediado de modo social pelos signos para solucionar um dado problema (lembrar, comparar coisas, relatar, escolher, etc.).“O signo age como um instrumento da atividade psicológica de maneira análoga ao papel de um instrumento no trabalho.”(VYGOTSKY,1988, p.52).
Ao internalizar as experiências vividas, o individuo aprende a organizar os próprios processos mentais. A linguagem, expressa tanto o pensamento da criança, como também age organizando esse pensamento.
Vygotsky não ignora as definições biológicas, porem atribui uma enorme importância à dimensão social. Ele afirma: “o aprendizado pressupõem uma natureza social especifica e um processo através do qual a criança penetra na vida intelectual daqueles que a acercam.” (VYGOTSKY, 1984,p.99)

Paulo Freire e a pedagogia da autonomia:

Para Freire (1996, p.47) ensinar não significa apenas transferir conhecimento, mas possibilitar sua produção e construção. O educador aprende ao ensinar e o aluno, por sua vez, ensina ao aprender. Para ele, não há docência sem discência. O professor não pode se acomodar, mas deve estar aberto para aprender coisas novas constantemente.
O autor destaca também a importância de se refazer ou recriar o que foi aprendido. Isso acontece em processo de comparações, repetições, satisfação da curiosidade, e ir além dos condicionantes.
Freire destaca que o aprendizado deve ser crítico e não pode ser feito superficialmente.
Para isso os educadores devem ser instigadores e demonstrar curiosidade pelo novo e aceitar
as mudanças. Os riscos devem ser aceitos e mitigados.
Educar para Paulo Freire é uma especificidade humana e uma forma de intervenção no mundo e que nada justifica a minimização dos seres humanos, nem mesmo a tecnologia ou a ciência. Porém ainda segundo o autor a tecnologia não deve ser completamente rejeitada. (FREIRE, 1996, Passim)

Nota-se na Tabela que as características essenciais à pedagogia da autonomia apresentada por Freire (1996) podem ser promovidas com o auxílio de ferramentas tecnológicas.

Necessidades Pedagógicas
Tecnologias
Características tecnológicas
Rigorosidade metódica
Tecnologias da informação bem desenvolvidas;
Pensamento sistêmico. Seu desenvolvimento depende de análise, algoritmos e fluxos bem definidos e estruturados;
Pesquisa
Internet e sites de busca;
Enciclopédias digitais;
Mídias eletrônicas;
Favorecem pesquisa rápida, com conteúdos relacionados e comentados em um acervo mundial e dinâmico que se renova constantemente;
Respeito aos saberes dos educandos
Blog; Micro blog;
Fórum de discussão;
Lista de discussão;
Correio eletrônico
Permitem a criação intelectual e compartilhamento rápido e abrangente de informações e opiniões;
Criticidade
Ferramentas que permitem comentários online
Capacidade de comentar e expor a opinião pessoal e coletiva;
Estética
Interfaces digitais
Apresentam o conteúdo de forma dinâmica, seletiva, e atraente aos olhos. No caso de interfaces touchscreen, têm-se a impressão de tocar a informação com os dedos;
Corporificação das palavras pelo exemplo
Podcasting;
Webcasting;
Explicação pelo exemplo. A gravação de áudio ou vídeo exemplifica o conteúdo de modo mais próximo do que um texto impresso;
Aceitação do novo
Novas mídias digitais e suas interfaces
Necessidade constante de aprendizado a novas formas de utilização das tecnologias e interfaces;
Assunção da identidade cultural
Redes sociais; Ferramentas de criação de arte digital
Objetivo de criar e manter redes sociais estimulando a comunicação e interação; Criação livre de conteúdos em formato de texto, áudio, vídeo de livre acesso.

TICs- Charge

FORMAÇÃO DO PROFESSOR E NOVAS TECNOLOGIAS: AS CONTRIBUIÇÕES DA INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO

A inclusão das mídias e novas tecnologias na educação têm promovido reflexões entre os profissionais da educação.
Desde que começou a ser inserida no processo de ensino e aprendizagem, houve a preocupação de que o professor seria substituído pela máquina. Santos e Alves (2008) chamam de “saber prévio” um possível obstáculo para a aceitação da tecnologia.
Diante dessa nova realidade educacional, é imprescindível rever antigos conceitos, pois os alunos de hoje já tem contato com tecnologia, celulares, computador, televisores de última geração, aplicativos de jogos, jogos educativos desde a etapa da educação infantil.
Frente a essa nova realidade, o professor precisa aprimorar a sua prática pedagógica, os avanços tecnológicos contribuem para tornar a aula mais atrativa e dinâmica, com isso, despertando o interesse do aluno e enriquecendo suas aulas.

Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.

Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.

CHARGE: TICs

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Pontos Positivos e Negativos em relação ao uso da Tecnologia no Processo de Ensino-Aprendizado


O uso da tecnologia na educação pode trazer pontos positivos e negativos. Os resultados dependem da forma de utilização das ferramentas tecnológicas. Abaixo se pode ver uma relação desses pontos e suas implicações. 

Pontos Positivos:

Velocidade e abrangência

A busca pela informação em mídias eletrônicas é rápida visto que é feita a partir de algoritmos complexos de análise de dados que exibem os resultados em formato de ranking, onde a informação mais relevante tende a aparecer em primeiro lugar. Os resultados de pesquisas normalmente são associados a comentários de usuários que já realizaram a mesma pesquisa no passado e avaliaram os resultados quanto à veracidade, coerência e qualidade.

Inovação

A tecnologia acelera a inovação visto que facilita a comunicação dos pares com os mesmo objetivos e a divulgação dos resultados em âmbito global. Muitas ideias surgiram do brainstorm (Técnica desenvolvida para explorar o potencial criativo de um indivíduo ou grupo.) em mídias sociais, principalmente na comunidade open source (ou software livre é um padrão de desenvolvimento aberto e sem restrições de distribuição). 
As ideias inovadoras são geralmente patrocinadas por empresas ou investidores individuais e geram melhorias para a sociedade e oportunidades comerciais. No caso da educação a tecnologia também incentiva a inovação, pois oferece novas ferramentas de criação.

Interação

Softwares educativos permitem a interação do aluno com o conhecimento. O aluno pode navegar no conteúdo interagindo com o mesmo no sentido de escolher o quê, como, quando e em qual nível de detalhe quer estudar de acordo com seu nível de curiosidade sobre o assunto. Tecnologias como enciclopédias digitais, jogos educacionais, realidade aumentada e simulação bidimensional ou tridimensional podem facilitar essa interação virtual aproximando o aluno da realidade do problema apresentado e suas possíveis soluções.

Cooperação

A cooperação entre alunos de uma mesma sala de aula é influenciada por uma série de fatores como: o grupo de valores e interesses no qual o aluno se insere, sua personalidade, timidez ou extroversão, a disposição das carteiras na sala de aula, etc. Esses fatores podem se apresentar como barreiras para a cooperação geral entre os alunos. Essa barreira pode ser contornada ou diminuída, além do diálogo e da socialização tradicionais, pela interação digital promovida por meio de redes sociais, fóruns e listas de discussões. Alunos tímidos talvez se sintam mais a vontade para interagir com os colegas e para fazer perguntas ao educador.        
Conforme Shirky (2010) a colaboração por meio das mídias sociais é o melhor caminho para o progresso humano.

Autonomia

A tecnologia incentiva à autonomia. Visto que o uso do computador ou equipamento tecnológico é normalmente individual o usuário tende a ter um comportamento autônomo, executando tarefas sozinha e buscando auxílio na própria ferramenta tecnológica por meio de arquivos de ajuda, tutoriais e buscas na internet.

Lúdico

Os jogos educacionais, quando corretamente desenvolvidos, podem estimular um aprendizado divertido principalmente na educação infantil. Os jogos de computador ou videogames devem ser escolhidos coerentemente com a faixa etária da criança e com a fase de desenvolvimento na qual ela se encontra. Os jogos podem desenvolver o aprendizado de forma lúdica colocando em prática os efeitos benéficos descritos por Vygotsky.

Operação Multitarefa

Essa característica pode ser positiva, pois abre novas possibilidades para o cérebro humano.     
A operação multitarefa na solução de problemas pode aumentar a eficiência e a produtividade. (DAVIDSON, Cathy apud ÉPOCA,2011, n.702, p.79)

Pontos Negativos:

Identidade

O usuário pode assumir diferentes identidades na internet (PALFREY e GASSER, 2011).              
A criação de um perfil em uma rede social define suas características pessoais, seus atributos e interesses. O nome real pode ser substituído por um usuário e as informações podem ou não ser totalmente verdadeiras. O perfil por sua vez, pode representar não necessariamente um indivíduo, mas também um grupo (banda, partido, empresa ou organização), ou uma entidade com interesses específicos.
Muitos adolescentes criam perfis falsos, fazendo-se passar por outra pessoa – normalmente uma personalidade famosa da música ou do cinema ou uma entidade representando o nome de seu blog ou personagens alegóricos. Isso pode ser um problema nos estágios intermediários de desenvolvimento da criança, pois é nessa fase, a adolescência, que ela desenvolve sua identidade e personalidade como ser humano adulto.

Privacidade

Com a difusão em massa e em escala global a internet alterou o modo como encaramos a privacidade. A informação passa a ser disponível a qualquer pessoa conectada a rede e em qualquer parte do mundo. Essa informação pode ser distorcida e novamente encaminhada trazendo danos irreversíveis (PALFREY e GASSER, 2011).

Imediatismo

A informação de fácil acesso pode ocasionar uma característica negativa nos usuários: o imediatismo. É característica dos nativos digitais o imediatismo. Para o imediatista a informação deve estar disponível no momento em que será usada. Ao surgir uma dúvida basta pesquisar em um site de busca, ler o primeiro hiperlink, que deve ser obrigatoriamente o mais relevante. 
Esse é o vício que a busca rápida e de fácil acesso impõe ao internauta.

Superficialidade

Para Carr (2010) a internet está mudando para pior o funcionamento do cérebro humano.
Segundo o autor as pessoas estão ficando “rasas”, ou seja, pensando com superficialidade.
Para ele consulta-se a internet sem se preocupar com a memorização e o entendimento completo da área de conhecimento, mas apenas com o tópico de interesse imediato (CARR, Nicholas Apud ÉPOCA, 2011, n.702, p.79). Lanier (2010) afirma que a WEB 2.0 é prejudicial visto que apesar de incentivar a colaboração, esta é feita na maior parte das vezes de forma anônima em comentários sem preocupação com a escrita formal.

Isolamento

A dependência da tecnologia pode causar outro problema mais sério: o isolamento.
A criança ou adolescente pode passar tantas horas imerso no ciberespaço que acaba cortando os laços sociais com as pessoas que o cercam. Essa conduta é perigosa visto que enfraquece as habilidades interpessoais, empobrecendo o convívio da pessoa com seus pares na família, escola e trabalho. Pode ser um dos fatores coadjuvantes para o aparecimento de doenças psiquiátricas como a depressão e a ansiedade. A escola não pode ser totalmente substituída (principalmente na educação infantil) devido ao seu caráter socializante e a “pedagogicidade indiscutível da materialidade do espaço” (FREIRE, 1996, p.45). É na escola que a criança descobre a importância do trabalho em equipe e aprende a se relacionar com outras crianças.

Sobrecarga cognitiva

Lévy (2010) afirma que inteligência coletiva pode trazer sobrecarga cognitiva, ou seja, a alta disponibilidade de informações e formas de comunicação também pode gerar estresse. 
Segundo a revista Época, Rushkoff (2011) entende que devemos aprender como a tecnologia funciona para não sermos controlados por ela. Ainda conforme a mesma revista, Pariser (2011) defende que a leitura na internet pode ser condicionante visto que as pessoas têm a tendência de ler apenas as obras com as quais concordam. 
Assim segundo a autora devemos evitar ser tendenciosos em nossas pesquisas na internet.

Resultados da análise comparativa

A crescente inovação tecnológica apresenta novas interfaces e dispositivos, cada vez mais sofisticados, e novas utilidades para os mesmos. Apesar de positiva, essa mudança exige que os usuários aprendam as novas formas de utilização e alterem a infraestrutura existente para recebê-las.
Cada nova mudança envolve o gasto de recursos financeiros e de tempo na adaptação à nova tecnologia. 
A interação é essencial ao ensino-aprendizado conforme as teorias de Piaget e Vygotsky. 
A cibercultura e suas ferramentas de comunicação social promovem a interação rápida e aproxima as pessoas. Essa interação quando excessiva e mal gerenciada pode trazer a falta de privacidade expondo informações pessoais e trazendo danos morais e intelectuais.


Pontos positivos
Pontos negativos
Inovação
Aprendizado constante em novas tecnologias e interfaces e custo inerente;
Interação
Falta de privacidade
Cooperação
Desrespeito aos direitos autorais e unanimidade
Autonomia
Individualismo
Lúdico
Dependência
Acesso rápido as informações
Imediatismo
Operação multitarefa
Superficialidade
Inteligência e memória coletivas
Perda da memória individual
Ampla disponibilidade de informações
Sobrecarga cognitiva

A partir da análise da Tabela acima percebe-se que os pontos positivos são de ordem técnica, ou seja, facilitam ou aceleram o processo de ensino-aprendizado como ferramentas de apoio. 
Em contraste, os pontos negativos apresentados, não são de ordem técnica, mas sim de ordem comportamental. 
São, portanto, mais prejudiciais os riscos comportamentais do que se fossem apenas desafios técnicos, pois afetam o bem-estar individual e coletivo influenciando as interações sociais. 
Desafios técnicos podem ser contornados por outras tecnologias, e envolvem recursos financeiros e intelectuais. Problemas comportamentais são mais difíceis de resolver devido a sua complexidade. 

Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a ciência é uma forma altamente 
negativa e perigosa de pensar errado. De testemunhar aos alunos, às vezes 
com ares de quem possui a verdade, um rotundo desacerto. Pensar certo, 
pelo contrário, demanda profundidade e não superficialidade na 
compreensão e na interpretação dos fatos. Supõe a disponibilidade à 
revisão dos achados, reconhece não apenas a possibilidade de mudar de 
opção, de apreciação, mas o direito de fazê-lo. (FREIRE, 1996, p.33) 



Educação aberta e à Distância (EAD)

A educação aberta e à distância (EAD) abre novas fronteiras para aqueles que não possuem tempo, condições financeiras, ou que residem distante dos grandes centros.
O EAD utiliza as tecnologias citadas acima em complementação ou sobreposição de acordo com a
necessidade e disponibilidade de infra-estrutura tecnológica disponível ao aluno.
O aluno acessa as informações através de um aparelho conectado a internet em um portal educacional, lê conteúdos em mídias eletrônicas e FAQs, participa ativamente em fóruns, listas, assiste a webcastings, ouve podcastings, etc.
Segundo Pierre Lévy, a educação à distância é um setor da educação particularmente interessante, pois é nele que é experimentado o maior número de novidades ao mesmo tempo técnicas e pedagógicas. É um setor em que existe uma experimentação constante, e assim deveria ser em todos os setores da educação.
Para o autor as técnicas utilizadas na educação à distância vão cada vez mais ser utilizadas na educação normal conduzindo a uma evolução da escola em direção a uma adaptação à nova relação que está sendo instaurada com o saber. O saber indefinido, o trabalho de transação de conhecimentos, a multiplicação das tecnologias intelectuais, etc. (informação verbal).

TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA EDUCATIVA

O cúmulo da cegueira é atingido quando as antigas técnicas são declaradas culturais e impregnadas de valores, enquanto as novas são denunciadas como bárbaras e contrárias à vida. Alguém que condena a informática não pensaria nunca em criticar a impressão e menos ainda a escrita. 
(LÉVY, 1999,p15) 

A teoria pedagógica tecnicista encarava a sociedade como um sistema harmônico e funcional assim a tecnologia educacional era apenas um meio que não questionava as finalidades. A partir dos anos 80 a tecnologia educacional passou a ser encarada como uma ferramenta de educação inovadora e contextualizada com as questões sociais. (LEITE, POCHO, et al., 2010).
O uso da tecnologia no processo de ensino-aprendizado não se dá por simples substituição conforme afirma Pierre Lévy:

Que isto fique claro: a sucessão da oralidade, da escrita e da informática 
como modos fundamentais de gestão social do conhecimento não se dá por 
simples substituição, mas antes por complexificação e deslocamento de 
centros de gravidade. (LÉVY,2010,p.10) 

As mídias eletrônicas permitem abordar conteúdos com maior abrangência e fazer a ligação entre os mesmos de modo interdisciplinar. A consulta à informação é mais rápida,visto que pode ser realizada por mecanismos de busca ou pela navegação em hiperlinks.
O acompanhamento da evolução do aprendizado pode ser mensurado de modo quantitativo ou qualitativo por meio de banco de dados modelados com essa finalidade e algoritmos estatísticos.
Os dados armazenados podem ser analisados e gerar melhorias com maior tempestividade.
Lévy (1999,p.28) entende que a cibercultura é dependente da inteligência coletiva, e esta última favorece a aprendizagem cooperativa por meio de dispositivos informatizados que auxiliam a colaboração e a coordenação descentralizada (os “groupwares”) o que permite que pesquisadores e alunos troquem idéias, experiências sem limites geográficos.

O impacto do professor frente à tecnologia


A maioria das escolas nos dias de hoje ainda mantém seu ensino na oralidade e o uso da tecnologia “giz” por professores, com alunos sendo meros ouvintes. O processo ensino aprendizagem depende do educador e do educando, pois é um processo compartilhado.
Os recursos da multimídia, da Internet, e da realidade virtual criam superações dos limites, utilizando o pensamento como capacidade de criar e como fonte da mensagem que dá sentido à mídia.
A prática docente deve ser orientada hoje a partir de uma nova lógica e uma nova cultura.
Uma lógica fundamentada na exploração de novos tipos de relacionamentos não excludentes que enfatize várias possibilidades de encaminhamento das reflexões, estimulando a possibilidade de outras relações entre áreas de conhecimento aparentemente distintas.
Nessa abordagem se altera principalmente os procedimentos didáticos, pois é preciso que o professor se posicione como aliado, um parceiro no sentido de encaminhar e orientar o aluno diante das possibilidades e formas de se relacionar com o conhecimento.
Nesse sentido, a dinâmica da sala de aula em que alunos e professores encontram-se fisicamente presentes, também se altera. As atividades didáticas orientam para privilegiar o trabalho em grupo, em que o professor passa a ser um dos membros participantes.
Nesses grupos, o tempo e o espaço são os da experimentação e da ousadia em busca de caminhos e de alternativas possíveis, de diálogos e trocas sobre os conhecimentos em pauta, de retroalimentação permanente de tudo e de todos.
Na sua obra Pedagogia do Oprimido, Freire (1993) deixa claro que educador e educando são sujeitos de um processo em que crescem juntos, porque ninguém educa ninguém, ninguém se educa só.
Os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo.
O computador, enquanto ferramenta, não é um instrumento que ensina o aluno, mas ferramenta com a qual o aluno desenvolve determinada tarefa, seja na escola ou fora dela. Permite também que sejam explorados aspectos pedagógicos que desenvolveram com material tradicional.
Os alunos já pertencem a uma civilização que podemos chamar de icônica, enquanto os professores ainda pertencem a uma civilização pré-icônica. Esse fato não pode ser ignorado. Por essa razão, todo esforço deve ser despendido no sentido de uma preparação sólida do professor para lidar, inclusive, com a presença das tecnologias que exigem novas habilidades das pessoas. 
Caso contrário, “seria como se um analfabeto tivesse a pretensão de ensinar a alguém que já sabe ler o bom uso da língua”. (Tardy apud Sampaio e Leite, 1999, p. 9). 
Fica evidente a falta de preparo dos professores no uso do computador e da Internet em sua prática pedagógica, reduzindo-se apenas a um recurso didático. É necessário, portanto, que a utilização dessas mídias pelo professor ultrapasse a dimensão utilitarista e seja incorporada a novas possibilidades educativas. Para isso, consideramos que os programas de formação de professores podem ser canais eficazes para promover esse tipo de habilidade do professor, na medida em que se constitui em espaço específico para a reflexão sobre a relação tecnologia e educação e suas possibilidades pedagógicas. 
Os meios de produção exigem novo modelo de formação. As redes de comunicação levam informações, ao mesmo tempo, a lugares nunca antes atingidos. As pessoas, em especial as crianças e os jovens, não são mais pessoas de um local restrito.
Tornam-se pessoas do mundo. 

A Importância da Tecnologia na Educação


“Ensinar é alumbrar e alumbramento é inspiração, iluminação. No caminho que fazemos, é preciso criar a consciência de que métodos e técnicas são ferramentas a serviço do pensamento e que o pensamento é um mosaico formado por paixão e razão. A paixão de ensinar é uma paixão sábia, aquela que não turva os sentidos, mas ilumina os caminhos”. 
Luiz Alberto Sanz 


 Na sociedade atual, não é mais possível negar que as novas tecnologias estão presentes nas experiências diárias dos indivíduos e a escola não pode ficar a margem dessas vivências dos alunos e familiares. Hoje, o aprendizado é diferente das gerações anteriores e a reforma no ensino trouxe mudanças nas disciplinas e nos conteúdos. Por outro lado, são muitas as mudanças e as transformações que ocorreram nas últimas décadas na sociedade brasileira e estas estão se refletindo na escola, onde os professores não podem mais ficar indiferentes a estas mudanças, redirecionamentos e reconstruções. 

domingo, 12 de outubro de 2014

CIBERCULTURA


A tecnologia presente nos dias atuais define uma nova época onde as relações na sociedade da informação se dão através do uso dessas tecnologias. Os ambientes artificializados caracterizam esta nova sociedade trazendo variadas possibilidades de adquirir informação. Esta artificialidade não é novidade, pois o ser humano é culturalmente artificial, dependendo somente do imaginário da época.
A relação do homem com a técnica tem sido marcada pelo fascínio e pelo medo trazendo aspectos positivos e negativos, despertando posições favoráveis e contrárias que beiram o positivo e o apocalíptico dentro das sociedades e da época.

“A cibercultura nada mais é do que a cultura contemporânea em sua interface com as novas tecnologias de comunicação e informação, ela está ligada às diversas influencias que estas tecnologias exercem sobre as formas de sociabilidade contemporâneas, influenciando o trabalho, a educação, o lazer, o comércio, etc. Todas as áreas da cultura contemporânea estão sendo 
reconfiguradas com a emergência da cibercultura” (LEMOS, 2003, p. 1). 
                                             
Atualmente as relações que se estabelecem entre o pensamento, produção e técnica num contexto onde a desmaterialização é uma marca, pois os espaços já não são tão delimitados e o tempo já é dimensionado em intervalos cada vez menores nas trocas e construções. Assim o espaço físico sai perdendo a importância estabelecendo novas possibilidades, como as comunidades virtuais. 

“A cultura contemporânea passa a ser caracterizada pelo uso crescente de tecnologias digitais, cria-se uma nova relação entre a técnica e a vida social e, ao mesmo tempo, proporciona o surgimento de novas formas de agregação social de maneira espontânea no ambiente virtual, com práticas culturais específicas que constitui a chamada cibercultura” (CORRÊA, 2004, p. 2). 

Neste novo contexto o problema é o acesso e o não acesso, surgindo como um diferencial de exclusão/inclusão social. Esta nova realidade nos coloca diante da sociedade em rede, a Internet e suas possibilidades. Entre essas possibilidades, destaca-se o fenômeno do produzir e acessar informações num coletivo onde as relações na Internet são semelhantes a da realidade. Assim, um olhar especial sobre a Internet nos leva a questões como a ética, a livre expressão, controle de acesso, Internet x Computador, entre outras questões, que precisam entrar nos debates das salas de aula e da sociedade como um todo, pois envolvem direitos do cidadão (LEMOS, 2004).

“De qualquer modo, o ciberespaço potencializa o surgimento de comunidades virtuais e de agregações eletrônicas em geral que estão delineadas em torno de interesses comuns, de traços de identificação, pois ele é capaz de aproximar, de conectar indivíduos que talvez nunca tivessem 
oportunidade de se encontrar pessoalmente. Ambiente que ignora definitivamente a noção de tempo e espaço como barreiras” (CORRÊA, 2004, p. 3)                                           

REFORMA DO ENSINO



“O desenvolvimento de uma consciência crítica que permite ao homem transformar a 
realidade se faz cada vez mais urgente. Na medida em que os homens, dentro de sua 
sociedade, vão temporalizando os espaços geográficos e vão fazendo história pela sua 
própria atividade criadora”. 
Paulo Freire
 “A reforma no ensino visa uma educação mais eficaz e para isso é necessária 
uma profunda mudança de conteúdos e métodos. Nesta perspectiva a 
proposta deve apresentar uma nova visão do saber e do aprender oferecendo 
assim novas possibilidades dos processos educacionais ” (MINGUET, 1998, 
p. 129) 
Neste novo contexto educacional surgem também algumas novidades nos conteúdos propostos e na formação do aluno. O ensino atual baseia-se em competências e habilidades permitindo possibilidades para o uso e aplicação das novas tecnologias, entres estas, televisores, vídeos, computador e Internet. 
O professor dispõe de recursos tecnológicos que pretendem em curto prazo alcançar os lugares mais remotos do país.
Nas últimas décadas, observam-se o crescente número de projetos envolvendo a informática e novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), estas aparecem como novas possibilidades no ensino de todos os níveis. O MEC juntamente com os Estados, Prefeituras e terceiro setor estão promovendo a diminuição da distância do cidadão comum e o uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é a inclusão digital como direito do cidadão. É uma das principais metas para o desenvolvimento do ensino no país dentro de um projeto maior para a sociedade brasileira. 

sábado, 11 de outubro de 2014

Inclusão Digital


 

Os ambientes virtuais de aprendizagem exigem uma maior interatividade, cooperação e colaboração entre os envolvidos no processo o que os leva a adotarem uma postura de compartilhamento do desejo de construir e de aprender, e ao mesmo tempo, doar-se na busca de uma construção coletiva e na superação das limitações.
A utilização das ferramentas de comunicação permite estimular um processo de mudança de postura tanto do professor quanto do aprendiz. 
Para aprender de forma online, o aprendiz precisa apresentar características como: iniciativa, motivação, autodisciplina e autonomia.
A autonomia, segundo Sloczinski e Chiaramonte (2005), é uma das habilidades fundamentais para o cidadão da atualidade e a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem, associada a uma metodologia adequada, favorece o desenvolvimento dessa característica no aprendiz.

Evolução na Era da Modernização


Educação mediada por Tecnologias de Informação e Comunicação


Ensino a Distancia


Ambientes de aprendizagem virtual são, consideravelmente, importantes dentro do processo de comunicação entre professores e alunos, separados geograficamente, como na educação à distância. A educação a distância requer a utilização de novas tecnologias como ferramentas de aprendizagem e construção do conhecimento.
Definem-se “ambientes de aprendizagem” como sistemas de ensino e aprendizagem integrados e abrangentes capazes de promover o engajamento do aluno.
No ensino a distância, o aluno desenvolve sua forma própria de estudo e é importante que o ambiente de aprendizagem esteja adequado para que esse aluno possa organizar suas ideias, compartilhar conhecimentos e adquirir autonomia em sua aprendizagem.
Segundo Piaget:
[...] o conhecimento é fruto de um processo de “construção contínua” que ocorre indefinidamente ao longo da vida, na ação pessoal, em cada realidade, oportunidade, contexto social, cultural e econômico. Para o construtivista, o conhecimento é uma atividade construída pelo aprendiz e não apenas uma descoberta, pois surge das relações estabelecidas, das ações realizadas e da sua experiência no mundo. Portanto, os processos, assim como os resultados, se diferenciam de um indivíduo e de um contexto para outro. (PIAGET apud SLOCZINSKI; CHIARAMONTE, 2005).68 VÉRTICES, v. 10, n. 1/3, jan./dez. 2008
Os ambientes virtuais de aprendizagem permitem a interatividade entre o aprendiz e o objeto de seu interesse e representam uma motivação despertando no aluno a vontade de interagir e de organizar seu conhecimento, ampliando o seu saber e a sua visão de mundo.
Rego afirma que “[...] o desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que realiza num determinado grupo cultural, a partir da interação com os outros indivíduos da sua espécie” (REGO apud ESTABEL et al., 2006).
A interação do aluno com a internet possibilita uma inovação nas formas de leitura e escrita. 
De acordo com Lévy:
[...] os textos na internet se apresentam formando uma cadeia de informações, com sequência livre para o usuário (ou aprendiz) ligada de maneira criativa por meio de links. Esses textos podem ser modificados, ampliados e reconstruídos a partir da pesquisa em diferentes áreas do conhecimento, encontradas no “mundo virtual” rompendo com a forma hierárquica da estrutura escolar tradicional. (LÉVY apud SLOCZINSKI; CHIARAMONTE, 2005).
A utilização dos recursos das tecnologias de informação e comunicação proporciona uma nova forma de escrita, levando a pensar sobre o próprio pensar, podendo gerar maior conhecimento sobre o assunto.
Diversas ferramentas promovem a comunicação em ambientes de educação a distância. Essa comunicação pode ser tanto síncrona como assíncrona. No caso da comunicação assíncrona, que é um método de comunicação que não exige a interação do aprendiz no momento em que é transmitida, como por exemplo, a comunicação por e-mail, grupos de discussão, world wide web, vídeo e áudio sob demanda. Na comunicação síncrona, o aprendiz interage no momento em que a comunicação é transmitida, ou como define Gennari (2003, p. 334), é qualquer operação executada sob o controle de um relógio ou outro mecanismo de sincronização, como exemplos, podemos citar o chat, a videoconferência (comunicação bidirecional através de envio de áudio e vídeo em tempo real, via web, por meio de câmeras acopladas ao computador) ou as teleconferências (definidas como todo tipo de conferência a distância em tempo real, envolvendo transmissão e recepção de diversos tipos de mídia, assim como suas combinações) e as áudio-conferências (sistemas de transmissão de áudio, recebido por um ou mais usuários simultaneamente).
Outros recursos como CD-ROMs, fitas de vídeo, disquetes e materiais impressos complementam e auxiliam os alunos com dificuldade de acesso à internet.
Os recursos da internet utilizados como suporte de comunicação para EAD são de grande importância para o processo de ensino aprendizagem do aluno que visualiza, participa, interage, coopera e constrói seu conhecimento.